Can we touch?

(2016)

i. sente-se

ii. pegue o celular

iii. aponte-o para mim

iv. fique o tempo que quiser

v. quando for embora, deixe o telefone na cadeira.

olhe para mim

apenas pela tela

podemos

nos

tocar?

Com base nessas regras, “Can we touch?” é uma performance que pretende, através da estratégia de dilatar a tão trivial ação de olhar para nós mesmos e para os outros por meio de telas, tornar visíveis e sensíveis os magnetismos que hoje circulam entre nós.

O que acontece quando passamos cinco, dez, vinte, trinta minutos olhando um para o outro através de olhos feitos de lentes, superfícies de vidro, óxido de índio e estanho, circuitos eletrônicos e silício? Seríamos capazes de sentir, como fazem as torres de celular, os sinais e frequências de onda que levam para a tela os pedaços de um corpo convertido em imagem? Essas imagens que se iluminam como pixels teriam alguma possibilidade de construir a um gesto tátil? Teríamos um sentido capaz de perceber outras camadas desse toque eletromagnético na textura do ar? Que experiências de presença advêm dessa mediação técnica do olhar?

Questões que podem ser resumidas na pergunta: nossas imagens se tocam?

 

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