Troco sua dor por uma massagem

(2016)

Lembro-me muito bem das muitas vezes que, cansado, meu pai me pediu para tratar de seu pescoço dolorido.

Um pedido que virou hábito.

Um hábito que se transformou em performance.

Contraturas.

Estresse.

Preocupações.

Pressões.

Dor.

Física.

Mental.

Espiritual.

Todo mundo sente dor.

Enquanto muitos passavam por mim no ritmo frenético da cidade, eu permaneço ali: imóvel, estático, disponível. À procura das microdores que diariamente se incrustam no corpo.

“Troco a tua dor por uma massagem” é uma performance itinerante que cria, em lugares de passagem, ou nos chamados “não-lugares”, um dispositivo para engendrar relações e encontros de um conhecimento tátil.

Trocas via con/tato que visam explorar, no encontro entre peles, as fronteiras e os limites entre o eu e o mundo, o eu e o outro para desenhar “um atlas da pele que é também um atlas do ser humano-no-mundo” (Vilém Flusser).

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