onde está o meio-termo?
em que ponto ele se aloja?
será ele uma mistura aritmética?
um cálculo de equidistâncias?
um shake de tudo?
ou um bolo informe de carne moída?
onde está o meio-termo?
onde está aquilo que nos une?
uma junção de metades?
uma fina lâmina da superfície dos inteiros?
novelos de fios de cabelo?
linhas que tecem pontos de “nós”?
onde está o meio-termo?
onde está o ponto de equilíbrio?
onde está a justa medida?
onde está a exata distância entre “você” e “eu”?
onde está o espaço vital que nos dá vida?
onde está a matemática que nos permite existir?
nem eu, nem você
só eu, só você
com eu, com você
sem eu, com você
com você, sem eu
nós, sós, sem cálculo
você escolhe meu peso
e eu, tua leveza
você ganha raízes
e eu, flores de cerejeira
você me libera a dor nas costas
e eu, te implodo a cabeça